Em Brasília,
Brasil
POVOS INDÍGENAS | EDUCAÇÃO
Por uma Educação Indígena Descolonial e Libertadora
O CIMI e o lançamento do Manifesto sobre a situação da Educação Escolar Indígena
O 29 de outubro, no auditório da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, foi lançado o Manifesto sobre a Educação Escolar Indígena no Brasil – Por uma Educação Descolonial e Libertadora, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, uma publicação do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
A pesquisa e o relevamento de dados deste manifesto de 120 páginas, que pode ser considerado um dossiê, foram feitos pelos Regionais do CIMI, sendo seus autores, Emília Altini, Eunice Dias de Paula, Gilberto Vieirados Santos, Luiz Gouvêa de Paula e Rosimeire de Jesus Diniz Santos.
O Manifesto é dedicado aos povos indígenas do Brasil que, apesar da negação de suas formas próprias de educar, teimam em construir uma “outra escola”.
Também é dedicado a todos os educadores indígenas. Fiéis aos seus povos e comunidades, fazem da educação escolar um instrumento de resistência contra toda forma de colonidade.
O Manifesto divide-se em XII capítulos, abordando questões desde o histórico da educação escolar indígena, seus princípios já consagrados na legislação, a situação dos docentes indígenas e sua formação, a infraestrutura das escolas indígenas, à criação dos Núcleos de Educação Escolar Indígena (NEI), chegando à posição do Estado Brasileiro, que desconsidera as formas próprias de organização dos povos originários.
O Manifesto conclui apresentando os desafios e perspectivas para os povos indígenas, e afirma que há um enorme desconhecimento dos procedimentos didáticos, dos conteúdos curriculares e do que é considerado relevante para os povos indígenas.
Isso termina por gerar uma valorização desigual dos saberes, sendo consideradas periféricas algumas das dimensões que na vida indígena são centrais.
O Manifesto é dedicado aos povos indígenas do Brasil que, apesar da negação de suas formas próprias de educar, teimam em construir uma “outra escola”.
Também é dedicado a todos os educadores indígenas. Fiéis aos seus povos e comunidades, fazem da educação escolar um instrumento de resistência contra toda forma de colonidade.
O Manifesto divide-se em XII capítulos, abordando questões desde o histórico da educação escolar indígena, seus princípios já consagrados na legislação, a situação dos docentes indígenas e sua formação, a infraestrutura das escolas indígenas, à criação dos Núcleos de Educação Escolar Indígena (NEI), chegando à posição do Estado Brasileiro, que desconsidera as formas próprias de organização dos povos originários.
O Manifesto conclui apresentando os desafios e perspectivas para os povos indígenas, e afirma que há um enorme desconhecimento dos procedimentos didáticos, dos conteúdos curriculares e do que é considerado relevante para os povos indígenas.
Isso termina por gerar uma valorização desigual dos saberes, sendo consideradas periféricas algumas das dimensões que na vida indígena são centrais.
Educação escolar indígena
Um instrumento de resistência e de libertação
Um instrumento de resistência e de libertação
A independência do Brasil não representou mudança na posição dos povos indígenas em relação ao Estado, que precisam ser conscientes dessa realidade imposta pelo projeto colonial.
Portanto, a educação escolar indígena deve ser convertida em mais um instrumento de resistência e de libertação.
Para o Manifesto, há experiências em andamento que mostram a viabilidade de se organizar a educação escolar em “sistemas abertos”, sem separações rígidas entre classes ou séries, que se ajustam melhor aos princípios educativos indígenas: aprender fazendo, aprender com os mais velhos.
Em suas conclusões, alerta que transformar a escola em ferramenta de luta não é tarefa fácil e que, para isso, não basta mudar sua aparência, seus currículos, seus calendários. É preciso modificar toda a sua lógica, sua fundamentação, seus objetivos e essência.
É importante manter vivas certas perguntas: Que escolas estamos produzindo? Quais saberes a escola mobiliza? Quais verdades ela institui? Quais outras verdades ela desautoriza?
Fotos: Lucía Iglesias
Rel-UITA
31 de outubro de 2014