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A irresponsabilidade social da Nestlé
Em São Paulo,
Brasil
NESTLÉ
Com Eduardo Sodré
A irresponsabilidade social da Nestlé
Mais de cem postos de trabalho em risco e um impacto social alarmante
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Foto: Gerardo Iglesias
Eduardo Sodré, Secretário de política sindical do SindAlimentação – Bahia, conversou com A Rel sobre a recente medida da empresa suíça de paralisar parcialmente a produção de sua fábrica localizada na localidade de Itabuna, gerando um grande impacto na população local.
-Qual é a situação dos trabalhadores da Nestlé em Itabuna?
- Segundo comunicado pela empresa, estão realizando uma reestruturação, fechando algumas fábricas, para concentrar a produção em uma só unidade.

A fábrica de Itabuna tinha 34 anos de funcionamento, produzia a bebida láctea achocolatada Nescau Prontinho, Soles (Bebida a base de soja) e leite em pó, com um volume de produção de 350 mil litros por dia.

A matéria prima é fornecida por 300 produtores de leite que, como nós, foram pegos de surpresa, quando souberam da decisão da fábrica de parar a produção de leite em pó.

Cerca de 5 mil integrantes da cadeia produtiva foram afetados, de produtores, transportadores, operários, a pessoal terceirizado.

A Nestlé comunicou, de um dia para o outro, que deixaria de produzir leite em pó na unidade de Itabuna, passando a produção para uma de suas fábricas em Minas Gerais, a 1.500 km de distância, voltando para ser embalada na Bahia, com os respectivos incentivos fiscais que o governo do estado oferece.

-Quantos trabalhadores perderam o emprego desde que a Nestlé adotou esta medida?
- Até agora, 43 operários perderam seus postos de trabalho na linha de produção e estão em risco outros 103 postos de trabalho, porque a fábrica aqui só está produzindo o Nescau líquido.

- O Sindicato teve a oportunidade de conversar sobre esta situação com a empresa?
- Mantivemos reuniões com a câmara local de representantes e de legisladores nacionais, porque não estamos apenas preocupados com estes 103 postos de trabalho, mas com o conjunto da cadeia produtiva do leite.

Desde que a Nestlé parou essa linha, o preço do litro do leite caiu de 1,15 reais para 0,85 real e, consequentemente, gerou um excedente de produção, porque não existe outra fábrica com capacidade para processar leite em grande escala no estado.

A Nestlé pouco se importou com isso.
 
- Vocês entraram em contato com a Felatran*?
- Entramos. O presidente da Federação, Melquíades Araújo, veio a Itabuna e houve uma reunião com os trabalhadores. Reclamamos da empresa que assumisse sua tão falada “responsabilidade social e ética” junto a esta comunidade que se verá afetada por este fechamento.

A Nestlé deve levar em consideração o fato de que jogará na rua trabalhadores com mais de 20 anos de trabalho na empresa.

Em pareceria com a Felatran, analisaremos as formas para minimizar o impacto social desta medida.
 
Rel-UITA
18 de novembro de 2015

*Federação Latino-Americana de Trabalhadores da Nestlé

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