20140213 mujer

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A voz das mulheres move o mundo
Em Lomas de Zamora,
Mundo
DESAFIOS
Dia Internacional da Mulher 2014
A voz das mulheres move o mundo
“Igualdade para as mulheres: progresso para todas e todos”
dia mujer 2014-610

O slogan do Dia Internacional da Mulher 2014 das Nações Unidas é: “Igualdade para as mulheres: progresso para todas e todos”. Nosso slogan é “A voz das mulheres move o mundo”. Ambos supõem e clamam pela igualitária participação das mulheres como uma maneira de conseguir o progresso para todos(as): mulheres e homens de todas as idades e condições.

Somos conscientes de que os últimos anos trouxeram mudanças para América Latina, como o reconhecimento do trabalho doméstico não remunerado, as pesquisas referentes ao uso do tempo nos diferentes países e instituições, as políticas vinculadas à economia do lar, os orçamentos protegidos para os programas de gênero, o posicionamento da paridade política e sua incorporação nas reformas legais. Entretanto, ainda há muitas lutar por se ganhar:
 
-A necessidade de visibilizar a brecha digital de gênero na região, tanto no acesso como no uso das tecnologias da informação e nas comunicações por parte das mulheres, na sua formação tecnológica para melhorar suas competências técnicas e educativas, na sua empregabilidade e no fortalecimento de seus direitos para poderem enfrentar de frente os desafios da sociedade da informação e da economia digital em condições de igualdade.
 
Lutamos também nos sindicatos, nas federações e nas confederações para incorporar mulheres a estas tecnologias, aplicando medidas positivas, não apenas para equiparar oportunidades com os homens, com também para conscientizar e garantir que as mulheres em condições de pobreza, em situação de desvantagem, seja por sua localização territorial, etnia, ou identidade cultural –como no caso das mulheres rurais, indígenas, afrodescendentes, com capacidades diferentes– tenham acesso a esta sociedade do século XXI.
 
-Historicamente nos preocupamos por melhorar e aumentar a participação feminina no mercado de trabalho, considerada como uma das transformações sociais e econômicas mais importantes e sustentáveis das últimas décadas. E essa reivindicação não sucumbiu diante das crises.
 
Entretanto, esta participação feminina vem coexistindo com padrões de precariedade do emprego feminino, padrões de trabalho baixos, segregação profissional horizontal e vertical, altas taxas de desemprego, brecha salarial de gênero, direitos sociais, trabalhistas e sindicais limitados, como resultado da ausência de políticas que favoreçam o acesso das mulheres ao emprego decente e a conciliação do trabalho produtivo com o trabalho no lar.  
 
Na maioria dos países as mulheres são uma proporção significativa dentro dos grupos com menores salários. Uma de cada três mulheres latino-americanas não possui renda própria e sua participação na economia digital está afetada pelos mesmos vieses discriminatórios que caracterizam a sociedade em seu conjunto.
 
Pese a isto, houve importantes avanços das mulheres na educação, obtendo não só uma paridade no ensino fundamental, como superando o homem no ensino médio e superior.
 
Entretanto, a profissionalização crescente das mulheres não chega a alterar de maneira significativa o seu posicionamento nas ciências e nas tecnologias, como também não reduz as persistentes brechas de gênero no mercado de trabalho.  Tampouco conseguiu reduzir a violência contra as mulheres e os casos de feminicídios.
 
-Toda a América Latina é consciente da necessidade de incorporar este enfoque ou perspectiva de gênero em todos os aspectos da vida: a decisão de estudar, a possibilidade de trabalhar, o desejo de migrar, e o direito de viver sem violência. 
 
O gênero influencia nos motivos, nas decisões, nas experiências de integração e de inserção no mercado de trabalho, e até nas relações. Em muitas áreas ficou comprovado que trabalhar considerando uma perspectiva de gênero aumenta a eficácia das políticas e dos programas. A partir desta perspectiva, devem ser criados programas que considerem as necessidades específicas das mulheres e as necessidades específicas dos homens, visando a mexer nas relações de poder que impedem o pleno exercício dos direitos humanos.
 
Para concluir e parafraseando Simone Weil, o importante é saber que o segredo da condição humana é não haver um equilíbrio entre a pessoa e as forças da natureza que a rodeiam, forças estas que superam a pessoa infinitamente quando se encontra em inação. Portanto, só há equilíbrio em uma ação quando a pessoa recria sua própria vida, isto é, na ação do trabalho.
 
Neste dia, o que exigimos e reivindicamos são mais e melhores postos de trabalho; a oportunidade de ser escutadas e que nossos direitos sejam protegidos durante a gravidez e a partir do momento de sermos mães; a afirmação dos princípios de igualdade de remuneração por trabalho de igual valor e a afirmação dos princípios de não discriminação por razões de sexo, raça ou outra qualquer; o atendimento e o cuidado de nossa saúde incluindo a prevenção do câncer ginecológico e da Aids, bem como a proteção à saúde em caso de aborto.
 
O movimento sindical leva impresso o conceito de justiça social, que não tem nada que ver com caridade ou com os eternos planos sociais, mas sim com dar à mulher um novo lugar na política.
 
Nós, mulheres sindicalistas, legítimas herdeiras de uma luta corajosa, somos as que devemos continuar trabalhando por estes direitos da mulher trabalhadora. Por fazer de cada mulher uma autêntica cidadã.
 
Todas nós mulheres temos ainda uma brecha legal em muitos de nossos direitos e é politicamente um momento propício onde devemos nos unir para deixar de ser receptoras de ajuda governamental e conseguir ser “contratáveis e contratadas” pelo mercado de trabalho, também é uma oportunidade para canalizar a efervescência política, na qual nos encontramos imersas.  
 
Igualdade para as mulheres: progresso para todas e todos.
 
Companheiras, que a nossa voz transforme o mundo!
 
 
Patrícia Alonso
Presidenta do CLAMU 
 
Rel-UITA
7 de março de 2014

NdE: Agradeço profundamente ao companheiro Enildo Iglesias, mestre generoso e lutador incansável na defesa de nossos direitos; e à Sandra Bustamante por seu trabalho e apoio permanente.

Tradução: Luciana Gaffrée

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