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Financiamentos ilegais
Em Montevidéu,
Brasil
TRANSNACIONAIS
A JBS e uma prática que se torna comum
Financiamentos ilegais
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Nas eleições brasileiras passadas, a JBS transnacional do setor de carnes foi uma das empresas que mais financiou os diferentes partidos políticos, pondo seus ovos em várias cestas. Semanas atrás, a polícia federal descobriu que também estava implicada em casos de corrupção na petroleira Petrobrás, investigados como parte da Operação Lava Jato.
Os rumores de uma participação da maior processadora de carnes do mundo no “caso Petrobrás” começaram a correr no início de dezembro. Eram tão fortes, que as ações da empresa na bolsa de São Paulo começaram a cair, perdendo, em um só dia, 18 por cento do seu valor.

Na época, o jornal O Estado de São Paulo publicara uma investigação que denunciava a participação do Grupo J&F, que controla a JBS, no arquimilionário esquema de corrupção da Petrobrás.

A suspeita se baseava em dados encontrados no computador de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal petroleira, que aparecia vinculado à J&F em contratos pouco claros de assessoria. Estes, rapidamente, chamaram a atenção dos investigadores da operação Lava Jato.

Paulo Roberto Costa é um dos três empresários “arrependidos” que, com suas revelações, permitiram ir desatando o nó da trama de corrupção da Petrobrás, investigada pela Operação Lava Jato.

Levada a cabo desde setembro passado, a investigação oficial revelou a existência de um tipo de “clube” de grandes empresários e políticos que cobravam suborno pelas obras realizadas pela Petrobrás.

Entre os políticos, pelo menos uns trinta envolvidos, havia ministros e ex-ministros, além de dirigentes de vários partidos, governistas e oposicionistas.

Em dez anos, foram movimentados dessa forma perto de 4 bilhões de dólares, por meio de empresas fantasmas, além de outros mecanismos fraudulentos.

A J&F desmentiu todo e qualquer vínculo com a Petrobrás e com o próprio Paulo Roberto Costa, mas a polícia confirmou em janeiro que continuava analisando esta ligação.  

Paralelamente, em outra operação, também em dezembro e igualmente relacionada com a Operação Lava Jato, divulgada pela revista Valor Econômico, a Polícia Federal descobriu duas contas bancárias em nome de uma empresa fantasma vinculada a um dos lavadores de dinheiro da trama Petrobrás, Carlos Habib Chater.

A empresa, que possui um capital social de apenas 20 mil reais (menos de 6.500 dólares), tinha recebido 800 mil reais (uns 270 mil dólares) da JBS.

Novamente, o grupo frigorífico rejeitou por “carecer de fundamento” as suspeitas de que se tratava de dinheiro de procedência ilegal e novamente as autoridades insistiram em que as investigações estavam em andamento.

Nas eleições gerais brasileiras do ano passado, a JBS foi a empresa que mais financiou os diferentes partidos políticos, de qualquer tipo, aos quais transferiu pelo menos 352 milhões de dólares.

Uma prática fortemente consolidada, para se dizer o mínimo.

Rel-UITA
20 de janeiro de 2014
Tradução: Luciana Gaffrée
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