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Carolina Seeger
Brasil
MEMÓRIA
Prefeitura homenageará embaixador defensor dos direitos humanos

Uma praça na Capital (Porto Alegre) levará o nome do embaixador sueco Harald Edelstam, em reconhecimento ao seu trabalho na defesa dos direitos humanos durante a Segunda Guerra Mundial e no golpe militar no Chile em 1973.

A homenagem foi anunciada pelo prefeito José Fortunati em reunião com o ex secretário da Regional Latino-americana da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (Rel-UITA), Enildo Iglesias, e o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), Jair Krischke.
 
O encontro teve a participação de um dos brasileiros salvos da ditadura chilena na mobilização liderada pelo embaixador sueco.
 
Então sindicalista, o gaúcho Dirceu Luiz Messias, 72 anos, deixou o Brasil no início da década de 70 fugindo da ditadura brasileira. Vivendo no Chile, foi preso e torturado após o golpe militar liderado por Augusto Pinochet. “Quando saí do Chile de avião redescobri o que era liberdade”, manifestou Messias, que foi para a Europa antes de retornar a Porto Alegre, onde mora atualmente.

Conforme o prefeito, a Capital marcará o reconhecimento em uma praça, que simboliza a vida na cidade. “Edelstam tem uma contribuição fantástica em períodos difíceis da história. Seu nome em uma praça será um reconhecimento a todos que lutaram na defesa intransigente dos direitos humanos e da preservação da vida”, afirmou Fortunati, informando que o município está avaliando o espaço mais apropriado à homenagem. 

Na reunião, o representante da Rel-UITA formalizou o agradecimento à iniciativa da homenagem, entregando ao prefeito uma placa com documento aprovado no Comitê Executivo Mundial da entidade, realizado em maio em Genebra, assinado em parceria com o Movimento de Justiça e Direitos Humanos. “Edelstam era uma figura extraordinária. O reconhecimento em Porto Alegre se soma aos tributos existentes no Chile e no Uruguai, exaltando uma figura notável pela autoridade e respeito que conseguia impor”, avaliou Iglesias

Em 2013 é comemorado o centenário do nascimento do diplomata, como destacou o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos. “Esse contexto de homenagens no ano do centenário colabora para resgatar a memória desse humanista que salvou vidas de judeus na Segunda Guerra e de brasileiros, uruguaios e chilenos na ditadura”, enfatizou Krischke.

Harald Edelstam
 
Nascido em Estocolmo em 1913 e falecido em 1989, o diplomata Edelstam é reconhecido pelo trabalho na defesa dos direitos humanos.
 
Atuou durante a Segunda Guerra Mundial na Noruega ocupada pelos nazistas, trabalhando pelo salvamento de vidas de centenas de judeus e membros da resistência norueguesa.
 
Nomeado embaixador da Suécia em Santiago do Chile em 1972, dedicou-se a proteger refugiados da perseguição durante o golpe militar liderado por Augusto Pinochet em 1973, salvando vidas de chilenos, brasileiros e uruguaios.
 
A trajetória de Edelstam no Chile foi registrada no filme "El Clavel Negro"

  

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José Fortunati, Jair Krischke y Enildo Iglesias

 

Foto: Rel-UITA

Texto de: Carolina Seeger
Edição de: Caren Mello

Rel-UITA
13 de agosto de 2013
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