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A Rel dialogou com William Clementino, secretário de Política Agrária da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (CONTAG), que neste momento, se dirige ao estado do Mato Grosso para acompanhar o caso.
O dirigente William Clementino relatou que a trabalhadora rural e esposa do presidente do Sindicato, Fátima Benites, saiu para ver o que estava acontecendo com o seu marido, após escutar disparos, recebendo então um tiro na cabeça. No momento, Benites e a sua filha permanecem internados, em estado delicado.
Ao ser consultado se este tipo de casos é frequente em Mato Grosso, Clementino respondeu que: “normalmente não é comum o assassinato de dirigentes sindicais neste estado do Brasil, porém são muito frequentes as ameaças e intimidações por parte de latifundiários e empresários, devido ao avanço da fronteira agrícola e ao crescimento do agronegócio no centro-oeste brasileiro.
Estes empresários que ameaçam os dirigentes sindicais geralmente estão ocupando ilegalmente terras que pertencem à reforma agrária ou são empresas que exploram os assalariados”, explicou Clementino.
A CONTAG está acompanhando todos os processos de ameaça contra dirigentes, realizando as denúncias diante dos organismos competentes, Polícia, Secretaria Nacional de Direitos Humanos; Ouvidoria Agrária Nacional, entre outros.
Eugênio Benites está assentado no Projeto de Assentamento Caracol e há muitos anos que vem denunciando a invasão por parte de empresários e latifundiários, dos lotes destinados à Reforma Agrária, bem como a venda de áreas de preservação permanente.