Machismo e xenofobia
na sua máxima expressão
A CONTAC se une à campanha pela expulsão do deputado federal Jair Bolsonaro por apologia à violência
Geni Dalla Rosa e a deputada Maria do Rosário (Foto: Gerardo Iglesias)
Jair Bolsonaro é deputado federal pelo Partido Progressista do Rio de Janeiro. É uma figura midiática e controvertida. Os disparates que ele lança aos quatro ventos poderiam até ser cômicos, se não fizessem parte de um discurso que reproduz o mais repulsivo machismo.
Dia 9 de dezembro passado, depois de a também deputada federal Maria do Rosário Nunes terelogiado, no plenário da Câmara, o trabalho feito pela Comissão da Verdade, que apresentaria o seu relatório final no dia seguinte, Bolsonaro repetiu um insulto que já tinha lhe dito tempos atrás.
“Não vai embora não, Maria do Rosário, fica aqui. Há poucos dias você me chamou de estuprador, no salão verde, e eu falei que não ia estuprar você porque você não merece. Fica aqui para escutar”, disse Bolsonaro.
Maria do Rosário tinha acusado Bolsonaro de defensor das violações aos direitos humanos cometidas pela ditadura cívico-militar, que vigorou no Brasil, no período de 1964 a 1989. Bolsonaro é um militar da reserva, conhecido por justificar a ditadura reiteradas vezes.
Ele já tinha dito isto a ela em 2003, quando a deputada o acusou de promover a violência. Naquela época, além de agredi-la verbalmente, também a empurrou.
Segundo explicação de Geni Dalla Rosa, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Serafina Correa, e vice-presidenta do Comitê Latino-Americano de Mulheres da UITA (CLAMU), a atitude deste deputado não é nova e, devido ao teor de suas agressões, são várias as organizações que pedem a sua expulsão do Congresso do Brasil.
“Jair Bolsonaro não pode representar nenhum brasileiro. A deputada Maria do Rosário é uma pessoa séria e, mesmo que não fosse, ninguém tem o direito de a agredir publicamente, como o fez este senhor em mais de uma ocasião.
É por este motivo que nos unimos a uma campanha nacional para solicitar a expulsão de Bolsonaro da Câmara, e esperamos que essa campanha atravesse fronteiras, com o apoio do CLAMU”, comentou indignada a dirigente.
A deputada Maria do Rosário Nunes foi Secretária da Comissão de Direitos Humanos da Presidência a partir de 2011, renunciando em abril de 2014, para iniciar a sua campanha política, concorrendo a uma vaga a deputada federal pelo PT do Rio Grande do Sul.
O insulto, de claras conotações machistas, foi o começo de um discurso contra os direitos humanos e contra todos os seus defensores.
O incrível do assunto é que os vídeos que mostram as agressões promovidas por este legislador são reproduzidos no seu próprio site, como o melhor exemplo contra os “vagabundos do país”, como assim são chamados os defensores dos direitos humanos por Bolsonaro.
“No Brasil, o Dia Internacional dos Direitos Humanos é o Dia Internacional da Vagabundagem. Os direitos humanos no Brasil só defendem bandidos, estupradores, marginais e corruptos”, disse o legislador.
“Este personagem não pode continuar como representante do povo, em seu discurso realiza reiteradamente uma clara apologia da violência em todas as suas formas”, adverte Dalla Rosa.
“É xenófobo, machista, homofóbico, racista e o povo brasileiro não pode permitir sua permanência no Senado.
Nós da CONTAC promoveremos um manifesto de repúdio contra o Bolsonaro ao mesmo tempo em que apoiaremos toda e qualquer iniciativa que promova a sua destituição”, enfatizou a dirigente