O Sindicato assinou um acordo que melhora substancialmente várias cláusulas do convênio coletivo
Com Jorge Pitela
Sindicato Ponta Grossa
Excelente acordo termina com o conflito na Heineken de Ponta Grossa
Depois de três meses de uma dura negociação, o Sindicato assinou um acordo que melhora substancialmente várias cláusulas do convênio coletivo.
A Rel dialogou com Jorge Pitela, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Bebidas de Ponta Grossa, para saber os detalhes do processo que foi finalizado com sucesso na semana passada.
-Como foi o processo de negociação?
-O processo de negociação coletiva começou em abril passado, a empresa desde o início se negou a oferecer o que os trabalhadores reivindicavam, isto é, um aumento salarial que fosse além da inflação, que fosse um aumento real. A empresa sempre argumentava falta de liquidez.
Porém, segundo dados proporcionados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (DIEESE), descobrimos que a Heineken havia enviado, para a sua matriz na Europa, 535 milhões de euros (1,6 bilhão de reais) em divisas, só no primeiro trimestre do ano.
Com base nesta informação, fizemos as nossas reivindicações, que exigiam um aumento salarial por volta dos 10 por cento e um piso mínimo que fosse o básico utilizado no estado.
Cabe assinalar que o piso salarial técnico do estado do Paraná é de 945 reais, portanto estávamos exigindo esse valor como o mínimo para os trabalhadores da bebida.
-Depois de vários meses de negociação, finalmente chegaram a um acordo…
-Claro. Depois de muitas idas e vindas, e de vários níveis de negociação frustrantes, onde a Heineken se manteve numa postura intransigente e o Sindicato declarou uma greve que durou 5 semanas; na quinta-feira passada, dia 1 de agosto, foi então assinado um acordo que proporciona melhorias tanto salariais como sociais.
-Em que consiste especificamente este novo convênio?
-Houve avanços consideráveis em pontos como o piso salarial, onde foi conquistado um aumento de 16 por cento; para os salários foi obtido uma média de 9 por cento de aumento e houve melhorias nos benefícios, como no caso da cesta básica, que obteve um aumento de 60 por cento, bem como uma antecipação na Participação de Lucros e Resultados.
-Como você avalia todo esse processo?
-Para nós foi um grande aprendizado, que veio acompanhado de uma grande conquista já que houve uma recuperação salarial muito importante para os trabalhadores da empresa.
Pessoalmente acredito que esta vitória se deveu à força da unidade sindical, ao trabalho conjunto e ao apoio e solidariedade recebidos por sindicatos irmãos, bem como da CNTA e da Rel-UITA a quem aproveito esta oportunidade para agradecer por sua pronta intervenção, o que foi fundamental para que este conflito chegasse ao fim.