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Com Nelson Morelli

“Um acordo com saldo positivo”

Não é novidade para ninguém que o governo de Jair Bolsonaro tem sido totalmente displicente em relação à pandemia Covid-19, minimizando seus efeitos e incentivando a população a não tomar medidas de saúde para evitar os contágios.
Nelson Morelli | Foto: Gerardo Iglesias

Essa realidade teve forte impacto na indústria frigorífica, onde ocorreram inúmeros casos de contágios em grande escala.

Isso levou as organizações representativas dos trabalhadores e das trabalhadoras do setor a ficarem alarmados e a exigirem medidas mínimas de proteção às empresas, visando a garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores.

Em abril de 2020, a CNTA e a CONTAC, com o apoio da Rel UITA e do Ministério Público do Trabalho (MPT), conseguiram assinar um acordo de abrangência nacional com uma das empresas líderes do segmento: a Brasil Foods (BRF).

Há uma semana, nossas confederações filiadas conseguiram uma extensão desse acordo, descrito por Nelson Morelli, presidente da CONTAC, como positivo, se considerarmos o contexto.

“Se considerarmos o cenário atual do Brasil em relação à pandemia, estamos muito piores do que no ano passado, quando assinamos o acordo nacional com a BRF”, disse a La Rel.

“Portanto, o fato de termos obtido uma prorrogação é muito importante porque oferece garantias para os trabalhadores e as trabalhadoras da indústria frigorífica”.

Unidade e solidariedade

O dirigente destacou a importância do trabalho conjunto com a CNTA e o apoio permanente da Regional nessas instâncias.

“Juntamente com a nossa organização irmã, a CNTA, representamos milhares de trabalhadores do setor, por isso o âmbito deste acordo nacional ganha uma grande dimensão”, destacou.

Para Morelli, foi de fato a união sindical o segredo para a manutenção desse acordo com a BRF.

“Valorizamos muito a solidariedade e a unidade que temos tido no nosso trabalho para podermos obter estas conquistas, que, embora não sejam as ideais, são extremamente importantes”, frisou.

O atual convênio garante o salário integral de todos os trabalhadores e trabalhadoras do grupo de risco pela pandemia, e contempla aposentados e trabalhadores com pouca antiguidade na empresa, e que devem ter seus contratos suspensos por layoff.