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Com Blas de Mir Pidal

“O triunfo da unidade”

Em 24 de julho, os trabalhadores, nucleados nos sindicatos 1 e 2 da Nestlé Graneros e no sindicato de Los Angeles, votaram pela greve, para forçar a transnacional a uma negociação mediada pelo Ministério do Trabalho.
Foto: Gerardo Iglesias | Rel UITA

A Rel conversou com Blas de Mir Pidal, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Nº2 de Graneros, para conhecer os pormenores da medida que entra em vigor na terça-feira, 28 de julho.

«No dia 24, houve a votação virtual dos sindicatos 1 e 2 de Graneros, bem como a votação presencial no sindicato de Los Angeles. Destacamos esse acontecimento como uma demonstração de força e de unidade do movimento operário. Estamos muito contentes com isso», disse o dirigente.

Segundo Blas, mesmo que a negociação e a assinatura de um acordo ainda estejam longe de uma solução, o resultado da votação é um importante sinal da fortaleza e unidade sindical.

«De um total de 665 trabalhadores, 535 votaram a favor da greve, com isso passamos para a etapa de negociação tripartite«, informou.

Blas observou que, apesar da pressão da transnacional, as filiadas não se abalaram nem mudaram de posição.

Hora de negociar

«Nós dos sindicatos permaneceremos em uma posição de mobilização civilizada, pacífica e contundente, 94 por cento dos trabalhadores e trabalhadoras votaram contra a última proposta da Nestlé, por representar um verdadeiro retrocesso para as conquistas trabalhistas.»

«Agilizar o processo através dessa votação digital, levando em conta o contexto pandêmico, as ameaças e assédios sofridos pelos trabalhadores, e ver uma votação esmagadora a favor da greve, tudo isso abre um precedente muito importante«, avalia.

O dirigente sindical agradeceu o apoio permanente da Felatran e dos sindicatos irmãos da região, por manifestarem solidariedade através da Rel UITA.

Blas também afirmou que esperam que, com a mediação do estado, a Nestlé reverta sua postura e ofereça aos seus funcionários o que é de merecimento deles.

«Se não chegarmos a nenhum acordo na etapa de negociação tripartite, nós trabalhadores e as trabalhadoras iremos até as últimas instâncias para avançar, retroceder jamais», enfatizou.

O processo de negociação tripartite começa na terça-feira, 28 de julho, e o sindicato está otimista de que um acordo será alcançado em favor de seus interesses.

Essa paralisação não é vantagem nem para a Nestlé e nem para os trabalhadores, entretanto no contexto mundial quem ficará mais exposta será a empresa, porque a maior parte do que se produz em Graneros é exportada.

«Aqui não houve vencedores. O mais destacável tem sido a unidade das trabalhadoras e dos trabalhadores organizados«, insistiu Blas.