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A crise na empresa se acentua

Greve na Coca Cola FEMSA de Marília

Trabalhadores e trabalhadoras da engarrafadora propriedade da franquia mexicana FEMSA no município de Marília, no estado de São Paulo, estão em greve por tempo indeterminado desde segunda, 27 de agosto. Wilson Vidoto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Marília (STIAM), disse que a intransigência da gerência fez com que se chegasse a esta situação.

“Estamos em negociação coletiva desde maio e a empresa não avança. Insistem nas propostas iniciais de reajuste salarial de 1,6 por cento e de um aumento de 4 reais no ticket alimentação, valor que não dá nem para comprar um litro de leite”.

Numa segunda oferta, a empresa propôs congelar salários em troca de um montante fixo, que não foi aceito pelos trabalhadores, informou o dirigente
De acordo com Vidoto, o salário base dos trabalhadores da Coca Cola nessa unidade é muito baixo, de R$.1400,00 (mil e quatrocentos reais), um pouco mais de 300 dólares.

“Com salários tão baixos, não dá para aceitar uma proposta assim”, afirmou.

Vidoto explicou que fizeram várias assembleias antes de tomarem esta medida de força. Também informou que, em todas as circunstâncias, a empresa se negou a acatar a decisão da maioria de seus trabalhadores.

Foram chutando a bola para frente, subestimando a força do sindicato e a decisão dos trabalhadores. Uma vez começada a greve, a Coca Cola Femsa interpôs uma medida cautelar para obrigar os operários a entrarem na fábrica”, disse.

O dedo e o anel

A legislação brasileira permite que a empresa entre com ações na justiça contra o sindicato.

A medida cautelar que proíbe o STIAM a se aproximar dos trabalhadores e das trabalhadoras da Coca Cola Femsa tem o agravante de que se não for acatada, a organização sindical terá de pagar uma multa de 10 mil reais por dia.

“Terça-feira, 28 de agosto, um oficial de justiça obrigou todos os trabalhadores que estavam em greve a entrarem na fábrica. Graças à reforma trabalhista, a justiça do trabalho se converteu em uma ditadura disfarçada”, disparou.

Diante desta situação, o Sindicato organizou para hoje, dia 30 de agosto, um blackout: não sai nem entra ninguém nem nada da fábrica de Coca Cola em Marília

“Os trabalhadores e as trabalhadoras da produção, administração, manutenção e da distribuição, esta última composta por terceirizados, estão acompanhando a medida.

Não vamos tolerar que passem por cima de nosso direito legítimo à livre associação e à greve”, concluiu.